Cerca de cinco mil trabalhadores participaram ontem (dia 13) do ‘Grito em Defesa da Indústria e do Emprego’, ato promovido pela Força Sindical, pela UGT e pela CGTB, junto com a Abimaq. “Temos de enfrentar esta crise, que já dura oito meses. Já vivenciamos outras crises, mas não como esta, que não tem perspectiva para acabar. Os aumentos do desemprego e da inflação estão acabando com a indústria nacional”, declara Miguel Torres, presidente da Força Sindical.
Os trabalhadores foram chegando aos poucos, logo cedo, em frente à estação Paraíso do Metrô, ponto de encontro da concentração. De lá, seguiram em passeata até o vão livre do Masp, aonde se encontraram com outro grupo que já estava no local. “Esta manifestação é simbólica. Precisamos enfrentar a desindustrialização, que é grave”, afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Para ele, a unidade de empresários e trabalhadores pode salvar o Brasil.
“Estão tentando resolver a crise nas costas do trabalhador, como, por exemplo, com as alterações nas regras para receber o seguro-desemprego, o abono salarial e o seguro-defeso, entre outros”, ressaltou Paulinho. Para Carlos Andreu Ortiz, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, “não existe país sem indústria e não existe indústria sem trabalhador”.
Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq, destacou a importância da manifestação. “O País tem tudo para ser potência: tem indústria e trabalhadores qualificados, mas estamos correndo riscos. Com esta política econômica, o Brasil vai acabar virando o Brasil Colônia, exportando commodities e importando manufaturados. Hoje, estamos realizando uma manifestação ordeira e democrática alertando para o desmantelamento da indústria nacional”, disse. O empresário ressaltou que o câmbio desequilibrado penaliza quem fabrica e facilita a vinda de produtos importados. A consequência é a geração de empregos de qualidade lá fora.
Dirigentes sindicais e empresários reclamaram dos efeitos da crise econômica. Do lado dos trabalhadores, a principal reivindicação era para manter os postos de trabalho, enquanto do lado dos empresários os destaques foram para a economia parada e a falta de encomendas e empregos. Um dos empresários afirmou que irá pedir anistia ao BNDES porque fez um financiamento confiando no discurso da presidenta Dilma, de que haveria crescimento da economia, e comprou máquinas que estão paradas por falta de encomendas.
Cláudio Camargo Crê, Magrão, presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, observou que o Brasil já reduziu consideravelmente os postos de trabalho, e todos os setores (não apenas o metalúrgico) estão sofrendo com o descontrole do governo.